Longos e calorosos aplausos a fechar a noite de ontem, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian — sob a direcção de Lawrence Foster, Orquestra e Coro Gulbenkian interpretaram as Sinfonias nº 1 e nº 9, de Ludwig van Beethoven, traçando assim um arco de diferenças e complementaridades capaz de nos fazer sentir como, entre as duas obras (separadas por um quarto de século, de 1799 a 1824), se assiste a uma fulgurante reconversão dos próprios cânones sinfónicos, desembocando na irrupção da voz humana no andamento final da "Nona". Com Turid Karlsen (soprano), Nadine Weissmann (meio-soprano), Michael König (tenor) e Alexander Vinogradov (baixo) nesse final apoteótico, o concerto acabou por ter a sua dramaturgia própria, numa viagem de (re)descoberta de uma época fulcral de transformação da música germânica e europeia.
>>> O mesmo programa repete hoje, no mesmo local, às 19h00.