terça-feira, abril 14, 2009

Nos 250 anos de Handel

Passam hoje 250 anos sobre a morte de George Feideric Handel (1685-1975), um dos mais importantes compositores do seu tempo e uma das referências do barroco. A ocasião é sobretudo assinalada com uma mão cheia de edições discográficas, entre novas gravações e inúmeras reedições. Entre os títulos contam-se duas novas edições, pelo catálogo da Deutsche Grammophon, pelo Il Compresso Barroco, sob direcção de Alan Curtis. Duas óperas, Alcina e Ezio, que se destacam numa multidão de lançamentos, entre os quais devemos marcar a excelente edição, no catálogo da Harmonia Mundi, de caixas temáticas que reunem gravações de concertos, oratórios e outras óperas, com nomes de primeiro plano, de Rene Jacobs a Andrew Manzer e Richard Egarr.

Nascido em Halle, na Alemanha, em 1685, Händel (ou Handel, como os ingleses, entre os quais depois viveu e se naturalizou, o referem), é um dos compositores mais tocados e gravados de sempre. Porém, a sua vida privada ainda guarda segredos, poucos documentos em concreto falando dos seus hábitos e quotidiano. Numa recente edição da revista Gramophone o artigo central de um dossier que assinalava (com alguma antecedência) a efeméride falava precisamente desse espaço privado. Referia, por um lado, o que se pensa hoje ter sido os seus gostos musicais (de Alessandro Scarlati a Telemann). Descreve uma escrita sofrida, uma atitude perfecionista e um mau feitio em tempo de trabalho (ao que parece chegou a ameaçar atirar uma prima donna petulante pela janela). Tinha olho para o negócio (tanto que Bank Of England recentemente revelou notas do compositor duante uma crise de crédito). Sem trabalho pela frente era um homem com gosto pela festa (depois de tardes de trabalho na Catedral de S. Paulo juntava-se com o coro em pubs para serões de música e copos). Comia bem (comia demais, tendo engordado muito nos últimos anos de vida). Não se lhe conhecem histórias românticas (nunca casou). Porém o artigo refere o que se pensa ter sido um flirt com uma cantora italiana, na época uma favorita de um principe da família dos Medici. E, talvez por isso, sugere o texto, o facto de nunca ter recebido uma encomenda direcda de trabalho desta família desde sempre tão dada às artes...