Se no mundo do cinema há alguma forma de equivalência ao conceito musical de one-hit-wonder, Maxine Cooper terá sido uma das suas mais genuínas ilustrações: usando uma lendária blusa às riscas, bastou o seu papel de Velda, secretária do detective Mike Hammer (Ralph Meeker), em Kiss Me Deadly/O Beijo Fatal (1955), de Robert Aldrich, para que entrasse na paisagem mitológica de Hollywood — no dia 4 de Abril, Maxine Cooper faleceu em sua casa, em Los Angeles, contava 84 anos.
Com uma importante formação teatral, o seu trabalho mais importante como actriz aconteceu na década de 50. Kiss Me Deadly foi o seu título de estreia: baseado num romance de Mickey Spillane, é hoje reconhecido como um dos clássicos de referência do filme negro. Voltou a ser dirigida por Aldrich em Folhas de Outono (1956) e Que Teria Acontecido a Baby Jane? (1962); em televisão surgiu em séries como Alfred Hitchcock Apresenta e Quinta Dimensão. Casou com o produtor Sy Gomberg, em 1957, tendo abandonado a carreira no começo dos anos 60 para ter mais tempo para a família e também para se dedicar ao activismo político, nomeadamente ao serviço de Martin Luther King e durante as acções de protesto contra a guerra do Vietname.