Natural de Yorkshire, Inglaterra, Ken Annakin pode simbolizar as competências e os limites do convencional artesão da indústria cinematográfica: foi, acima de tudo, um cineasta capaz de gerir de forma eficaz os modelos correntes do cinema popular — faleceu em Beverly Hills, Califórnia, contava 94 anos.
Pertencia à geração que surgiu depois da Segunda Guerra Mundial, conferindo popularidade às personagens de uma família típica (Huggett), em filmes como Holiday Camp (1947), mais ou menos devedores da lógica da comédia romântica. Alguns dos seus títulos mais consistentes foram feitos durante a década de 50, nomea-damente em tom de aventura (Robin dos Bosques, o Justiceiro), comédia (Três Homens num Bote) ou thriller (A Ponte Fatal). Em termos de carreira, o momento marcante ocorreu em 1962, com o épico O Dia Mais Longo — reconstituindo o desembarque das tropas aliadas na Normandia, o filme foi uma gigantesca aposta do produtor Darryl F. Zanuck que entregou a realização a um trio constituído por Annakin, Andrew Marton e Bernhard Wicki. O maior sucesso de Annakin foi a deliciosa comédia Os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (1965), sobre uma corrida aérea, de França até Inglaterra, nos primeiros anos do século XX — valeu-lhe, aliás, a sua única nomeação para os Oscars, na categoria de melhor argumento original (partilhada com Jack Davies).