O mundo em 60 segundos? É verdade. E também, com inevitável ironia, 60 segundos oferecidos pelo... Le Monde. Assim é: um dos títulos de referência da imprensa mundial, tradicionalmente ligado ao valor irredutível da palavra e da escrita, propõe-se "resumir" diariamente a actualidade num minuto — Le Monde passou a oferecer (inclusivamente em podcast que se pode subscrever) um condensado de 60 segundos que reúne três destaques: uma "imagem", uma "frase", um "objecto" [em baixo, a edição de hoje].
O resultado possui qualquer coisa de vertiginosamente simples e apelativo. Ao mesmo tempo, confronta-nos, de forma dramática, com a obsessão dominante da era-twitter. A saber: não apenas a brevidade, mas sobretudo a aceleração como um valor que produz a ilusão de se bastar a si mesmo. Na prática, estamos a perder o amor pelo primitivismo dessas noções cada vez mais desconsideradas que são a lentidão, a contemplação e a duração — la durée, hélas! Sempre com um sorriso angustiado nos lábios.
O resultado possui qualquer coisa de vertiginosamente simples e apelativo. Ao mesmo tempo, confronta-nos, de forma dramática, com a obsessão dominante da era-twitter. A saber: não apenas a brevidade, mas sobretudo a aceleração como um valor que produz a ilusão de se bastar a si mesmo. Na prática, estamos a perder o amor pelo primitivismo dessas noções cada vez mais desconsideradas que são a lentidão, a contemplação e a duração — la durée, hélas! Sempre com um sorriso angustiado nos lábios.