A 19 de Março, vai estrear um filme português intitulado 100 Volta. É uma produção da FBF Filmes e apresenta a seguinte sinopse:
>>> Zé Galinha, agente federal undercover, investiga Aduzer, um dos grandes chefes do crime organizado mundial. Ao aceitar uma encomenda de 32 carros,com destino ao Brasil e Israel, Zé galinha começa a perder a noção dos padrões estabelecidos pela lei. No meio da investigação, Zé Galinha rouba acidentalmente o carro do chefe da máfia russa, Dimitri Kruchev, com um programa de acesso à rede informática mundial, no seu interior. Sousa e Meireles, agentes da Polícia Judiciária, investigam os russos,e envolvem-se todos em perseguições de carros a alta velocidade, num jogo perigoso e frenético.
Além disso, a respectiva produção apresenta-o através de "curio-idades" como estas:
- Em rodagem beberam-se 2163 minis.
- Comeram-se 430 pizzas.
- Gastaram-se 1465 litros de combustível.
- Gravaram-se 4740 minutos de cassete.
Tudo bem. Cada um faz os filmes que quiser, com os meios que puder, dando o melhor de si. Em todo o caso, o "salve-se quem puder" que ameaça instalar-se no cinema português — caucionado por uma indefinição de política cultural de muitos anos e vários governos — não é uma boa razão para reduzir o jornalismo e os jornalistas a uma lógica de despersonalização. A esse propósito, vale a pena atentar nestas palavras de um mail enviado à imprensa pela produção de 100 Volta:
>>> A FBF Filmes vai lançar no dia 19 de Março mais um filme português, desta feita uma longa-metragem ‘low-cost’ e com uma equipa e elenco composta por gente corajosa, determinada, que quer fazer cinema.
O DESAFIO: “100Volta” custou cerca de 70.000 euros (produção e distribuição), teve o apoio do ICA apenas para a distribuição, o que faz deste filme um enorme desafio para todos os intervenientes.
AS LIMITAÇÕES: Infelizmente não vamos ter visionamentos para a Comunicação Social porque o filme só vai estar pronto 3 dias antes de chegar às salas. “100Volta” é em formato digital, o que implica a feitura dos DCM e DCP, e se o dinheiro é limitado, também é o tempo.
A FBF Filmes conta com o vosso apoio na melhor divulgação deste filme feito com coragem e disponibilidade. Este apoio é tão mais importante quando vai para as salas de cinema sem apoios estatais!
Contamos convosco! A acelerar!
Primeiro: o "nacional-porreirismo" é uma péssima ideologia. Se-gundo: um jornalista, mesmo sem muito talento, ainda dá valor ao princípio básico de dignidade profissional.
>>> Zé Galinha, agente federal undercover, investiga Aduzer, um dos grandes chefes do crime organizado mundial. Ao aceitar uma encomenda de 32 carros,com destino ao Brasil e Israel, Zé galinha começa a perder a noção dos padrões estabelecidos pela lei. No meio da investigação, Zé Galinha rouba acidentalmente o carro do chefe da máfia russa, Dimitri Kruchev, com um programa de acesso à rede informática mundial, no seu interior. Sousa e Meireles, agentes da Polícia Judiciária, investigam os russos,e envolvem-se todos em perseguições de carros a alta velocidade, num jogo perigoso e frenético.
Além disso, a respectiva produção apresenta-o através de "curio-idades" como estas:
- Em rodagem beberam-se 2163 minis.
- Comeram-se 430 pizzas.
- Gastaram-se 1465 litros de combustível.
- Gravaram-se 4740 minutos de cassete.
Tudo bem. Cada um faz os filmes que quiser, com os meios que puder, dando o melhor de si. Em todo o caso, o "salve-se quem puder" que ameaça instalar-se no cinema português — caucionado por uma indefinição de política cultural de muitos anos e vários governos — não é uma boa razão para reduzir o jornalismo e os jornalistas a uma lógica de despersonalização. A esse propósito, vale a pena atentar nestas palavras de um mail enviado à imprensa pela produção de 100 Volta:
>>> A FBF Filmes vai lançar no dia 19 de Março mais um filme português, desta feita uma longa-metragem ‘low-cost’ e com uma equipa e elenco composta por gente corajosa, determinada, que quer fazer cinema.
O DESAFIO: “100Volta” custou cerca de 70.000 euros (produção e distribuição), teve o apoio do ICA apenas para a distribuição, o que faz deste filme um enorme desafio para todos os intervenientes.
AS LIMITAÇÕES: Infelizmente não vamos ter visionamentos para a Comunicação Social porque o filme só vai estar pronto 3 dias antes de chegar às salas. “100Volta” é em formato digital, o que implica a feitura dos DCM e DCP, e se o dinheiro é limitado, também é o tempo.
A FBF Filmes conta com o vosso apoio na melhor divulgação deste filme feito com coragem e disponibilidade. Este apoio é tão mais importante quando vai para as salas de cinema sem apoios estatais!
Contamos convosco! A acelerar!
Primeiro: o "nacional-porreirismo" é uma péssima ideologia. Se-gundo: um jornalista, mesmo sem muito talento, ainda dá valor ao princípio básico de dignidade profissional.
Daí que haja qualquer coisa de inapelavelmente pueril neste conceito (?) segundo o qual os jornalistas são uma espécie de autómatos de serviço que, face à paisagem apocalíptica circundante, podem (e devem) compensar os erros ou limitações de todas as outras instâncias, sejam elas políticas, culturais ou de produção. Na prática, assiste-se a esta atitude de patético voluntarismo: não temos o filme para mostrar, mas apoiem-nos...
Como é óbvio, se a produção de 100 Volta julgar que, através destas considerações, é o seu trabalho específico que está em causa, incorre no típico erro de auto-vitimação que tanto mal tem feito às ideias e ao simples ambiente profissional do cinema português. Daí que me permita lembrar o óbvio: estas considerações são válidas para 100 Volta e para qualquer filme português (ou estrangeiro, já agora). A acelerar. Ou, de preferência, lentamente, com alguma sensatez.
Como é óbvio, se a produção de 100 Volta julgar que, através destas considerações, é o seu trabalho específico que está em causa, incorre no típico erro de auto-vitimação que tanto mal tem feito às ideias e ao simples ambiente profissional do cinema português. Daí que me permita lembrar o óbvio: estas considerações são válidas para 100 Volta e para qualquer filme português (ou estrangeiro, já agora). A acelerar. Ou, de preferência, lentamente, com alguma sensatez.