A história do cinema é também feita dos nomes que nem sempre são citados, daqueles que muitas vezes não são expostos nos escaparates: Tullio Pinelli, colaborador de muitos filmes de Federico Fellini, era um desses nomes — tinha completado 100 anos a 24 de Junho do ano passado; faleceu a 7 de Março de 2009.
Desde Luci del Varietà (1950), co-dirigido com Alberto Lattuada, até A Voz da Lua (1990), passando por A Doce Vida (1960), Oito e Meio (1963) ou Ginger e Fred (1986), Pinelli fica ligado aos momentos mais emblemáticos da obra de Fellini. Para além de uma amizade de várias décadas, a sua colaboração reflecte exemplarmente a vontade de superar as convenções herdadas do neo-realismo, abrindo as ficções ao domínio do sonho e da fantasia. Com o seu trabalho ligado a mais de oito dezenas de argumentos, ao longo de mais de meio século, Pinelli colaborou também com outros cineastas marcantes do cinema italiano da segunda metade do séc. XX, neles se incluindo Pietro Germi, Mario Monicelli e Dino Risi. Foi também dramaturgo e romancista.