O cinema a três dimensões está mesmo na ordem do dia. E parece empenhado em superar os traumas (industriais e comerciais) do período que o 3-D viveu há mais de 50 anos com títulos como Máscaras de Cera (1953), de André de Toth, ou Chamada para a Morte (1954), de Alfred Hitchcock — esta capa da Time, datada de 8 de Junho de 1953, refere-se precisamente a esse período.
Agora, de novo na Time, podemos encontrar um interessantíssimo artigo de Josh Quittner com o eloquente título 'A dimensão seguinte'. Dando conta das experiências a que assistiu, Quittner sublinha a importância de duas componentes da actual evolução do 3-D: a reconversão do efeito tridimensional através da tecnologia digital e a irreversível transformação do mercado, em geral, e das condições de difusão dos filmes, em particular.
Neste processo, a um tempo económico e artístico, emergem três protagonistas: Jeffrey Katzenberg, director do estúdio de animação da DreamWorks que vê o 3-D como a grande revolução do cinema no século XXI; James Cameron que, depois de muitos anos de preparação, vai lançar em Dezembro o seu primeiro filme em 3-D, Avatar; enfim, Steven Spielberg que, com a nova tecnologia, está a rodar As Aventuras de Tintin (coprodução com Peter Jackson, que dirigirá a respectiva sequela) — são eles que, da esquerda para a direita, e na companhia das suas máquinas, figuram nesta foto assinada por Art Streiber e publicada na Time.