Num pequeno texto de apresentação de Surface Tension, Steve Adams fala dos seus companheiros — Ken Filiano (baixo) e Scott Amendola (bateria) — como cúmplices de uma aventura em que as improvisações "têm a qualidade de um som composto", ao mesmo tempo que as composições "estão tão organicamente integradas que quase soam improvisadas". Assim é, de facto. Através dos seus saxofones e flauta, Adams gera os princípios de pequenas e enigmáticas narrativas, por vezes puramente encantatórias (ouça-se Little Ballad), que os outros instrumentos ajudam a estrutuar num jogo de escutas com tanto de depurado como incisivo. No limite, deixamos de sentir qualquer sonoridade como "condutora" do trio: estas são paisagens de introspecção emocional, cuja contenção não exclui momentos de pura celebração como a faixa final, exemplarmente intitulada Cacophony. Em resumo: uma singular pérola jazzística.
>>> Surface Tension no site da editora Clean Feed.
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