Sempre que surgem as nomeações para os Oscars, prevalecem várias "tentações". A primeira é a infantil: defender os "meus" filmes contra os que... estão a mais. A segunda é a "científica": tudo se explica por estratégias mais ou menos conspirativas e, portanto, tudo acontece... antes de ter acontecido. Enfim, a terceira é a "contestatária": isto é tudo uma treta e os grandes filmes são sempre... os que ficam de fora.
Escusado será dizer que, aqui, ninguém pretende ir por nenhum desses caminhos. É certo que a Academia de Hollywood quase deixou de nomear filmes lançados no primeiro semestre de cada ano (Shine a Light não está presente, nem sequer pela fotografia de Robert Richardson...), por assim dizer "colando-se" à estratégia dos próprios estúdios que guardam os seus maiores trunfos para os últimos três meses. Seja como for, não simplifiquemos: desde a contundência humanista de Milk até à sofisticação romanesca de O Estranho Caso de Benjamin Button, o ano não é propriamente banal.
Vale a pena propor um breve e inofensivo exercício de (anti-)previsão. Assim, é certo que os Oscars resultam das escolhas, das ideias e das paixões dos cerca de 6 mil membros da Academia — há neles tanto de cerebral como de afectivo. Mas vamos supor que tudo resultava de uma reflexão mais "didáctica", no sentido de valorizar algumas das tendências marcantes da produção actual. Que aconteceria?
Mais exactamente, como seria as escolhas principais se se tratasse de sublinhar estas componentes fundamentais:
1 - retorno a um romanesco clássico, de raiz literária;
2 - revalorização dos efeitos especiais, não apenas nas áreas da aventura, mas em tudo o que tenha a ver com esse romanesco;
3 - reabertura crítica dos dossiers mais amargos da vida política dos EUA;
4 - revalorização dos actores/actrizes como elementos viscerais do espectáculo cinematográfico;
5 - defesa de uma política de alianças de produção de Hollywood com outras cinematografias, em particular com a Índia.
Tendo em conta as nomeações anunciadas, os resultados poderiam ser qualquer coisa como:
* "Melhor filme": O Estranho Caso de Benjamin Button [1 + 2 + 4]
* "Melhor realização": Danny Boyle, Slamdog Millionaire [4 + 5]
* "Melhor actor": Sean Penn, Milk [3 + 4]
* "Melhor actriz": Angelina Jolie, A Troca [1 + 3 + 4]
* "Melhor actor secundário": Heath Ledger, O Cavaleiro das Trevas [4]
* "Melhor actriz secundária": Penélope Cruz, Vicky Cristina Barcelona [4 + 5]
Em qualquer caso, sem especulações a atrapalhar, os Oscars serão atribuídos no Kodak Theater, em Los Angeles, no dia 22 de Fevereiro.
1 - retorno a um romanesco clássico, de raiz literária;
2 - revalorização dos efeitos especiais, não apenas nas áreas da aventura, mas em tudo o que tenha a ver com esse romanesco;
3 - reabertura crítica dos dossiers mais amargos da vida política dos EUA;
4 - revalorização dos actores/actrizes como elementos viscerais do espectáculo cinematográfico;
5 - defesa de uma política de alianças de produção de Hollywood com outras cinematografias, em particular com a Índia.
Tendo em conta as nomeações anunciadas, os resultados poderiam ser qualquer coisa como:
* "Melhor filme": O Estranho Caso de Benjamin Button [1 + 2 + 4]
* "Melhor realização": Danny Boyle, Slamdog Millionaire [4 + 5]
* "Melhor actor": Sean Penn, Milk [3 + 4]
* "Melhor actriz": Angelina Jolie, A Troca [1 + 3 + 4]
* "Melhor actor secundário": Heath Ledger, O Cavaleiro das Trevas [4]
* "Melhor actriz secundária": Penélope Cruz, Vicky Cristina Barcelona [4 + 5]
Em qualquer caso, sem especulações a atrapalhar, os Oscars serão atribuídos no Kodak Theater, em Los Angeles, no dia 22 de Fevereiro.