O cartaz deste filme de 1930 oferece uma essencial chave de decifração — Walter Huston (actor na altura muito popular, pai do cineasta John Huston) transfigurava-se num dos grandes símbolos da história dos EUA: o Presidente Abraham Lincoln (1809-1865). É uma das mais remotas abordagens cinematográficas da presidência americana, tanto mais importante quanto assinala uma viragem de pesados contornos simbólicos. Para o realizador David W. Griffith (1875-1948), génio vital da idade do mudo, esta era uma tentativa de "integração" nas novas exigências, técnicas e narrativas, do cinema sonoro que despontava — foi, aliás, uma espécie de canto do cisne, uma vez que Abraham Lincoln seria o seu penúltimo título. O filme, uma pequena pérola muito pouco conhecida, pode ser visto no Internet Archive. Ou, em ecrã mais reduzido, aqui mesmo.