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No caso de Helder Moutinho, descobrimos uma voz paradoxal que nos faz oscilar, seduzindo-nos no seu movimento, entre duas coordenadas: uma intimista e dramática, remetendo-nos para a tradição mais genuína do fado; outra distanciada, quase irónica, como se o canto fosse, de uma só vez, um testemunho e uma encenação, uma participação e um afastamento. O bem chamado Que Fado É Este que Trago? é um álbum exemplar dessa complexidade tecida de evidências e enigmas, desde logo expressa na estrofe de abertura do tema-título (poema do próprio Helder Moutinho, música de Yami):
Que fado é este trago?
No mar alto da saudade
onde navega a paixão
e onde às vezes naufrago
com toda a minha verdade
com todo o meu coração.
O mesmo se poderá dizer das revisitações a fados como A Saudade (Linhares Barbosa/Fontes Rocha) ou Vielas de Alfama (Max/Artur Ribeiro). Marco Oliveira (viola de fado), Ricardo Parreira (guitarra portuguesa) e Nando Araújo [Yami] (baixo acústico) são os músicos principais de um álbum que circula por aí, discreto mas marcante.
>>> Helder Moutinho no MySpace.
No mar alto da saudade
onde navega a paixão
e onde às vezes naufrago
com toda a minha verdade
com todo o meu coração.
O mesmo se poderá dizer das revisitações a fados como A Saudade (Linhares Barbosa/Fontes Rocha) ou Vielas de Alfama (Max/Artur Ribeiro). Marco Oliveira (viola de fado), Ricardo Parreira (guitarra portuguesa) e Nando Araújo [Yami] (baixo acústico) são os músicos principais de um álbum que circula por aí, discreto mas marcante.
>>> Helder Moutinho no MySpace.