Não é só por estas bandas que se fala de salas com história que fecharam. Brevemente, os lisboetas Rock Rendez Vous e Johnny Guitar e o portuense Luis Armastrondo, que se destacam na galeria de casas onde a música fez história, vão receber a companhia de uma das mais ilustres salas de Londres. Vendido em 2006, com fim anunciado em 2007, o muito central London Astoria (em Charing Cross rd, no mesmo quarteirão que faz esquina com Oxford st) fecha de vez as portas a 15 de Janeiro. Porquê? Para dar lugar a uma das estações do Crossrail, uma nova rede de ligações ferroviárias subterrâneas a instalar na capital britânica.
Os londrinos, em particular músicos e melómanos, não acolheram com indiferença a notícia do fim da sala. Houve campanha pela salvação da sala, mas sem consequência, Inaugurada em 1927 como cinema, a sala foi adaptada para espectáculos de palco nos anos 70. E, desde então, poucos foram os nomes que fizeram a história da música pop que por ali não passaram. Por lá foram vistos, em palco, Nirvana, U2, David Bowie, Rolling Stones, Prince, Franz Ferdinand, White Stripes... Os Radiohead gravaram ali o seu primeiro concerto a editar em vídeo, em 1994. Os Eels registaram ali o álbum ao vivo Live and In Person! London 2006...
Pessoalmente guardo do London Astoria memórias de concertos inesquecíveis dos Blur, Pet Shop Boys, Suede e Placebo (nos seus melhores dias). Quase todos na sala principal, o dos Suede na sala mais pequena, com alma de clube, na cave.