
Foi uma despedida inesquecível: Alfred Brendel esteve hoje em Lisboa, na Fundação Gulbenkian (
Grande Auditório, 19h00), para uma das últimas
performances daquela que será a sua derradeira digressão — faltam seis concertos, quatro na Alemanha e dois na Áustria (
Musikverein, em Viena, dias 17 e 18 de Dezembro). O menos que se poderá dizer é que Brendel se despede dos espectadores no auge da excelência que o transformou num dos nomes maiores do piano, na segunda metade do século XX. Haydn, Mozart, Beethoven e Schubert (com a
Sonata para Piano em Si bemol maior, D. 960) foram as suas escolhas para voltar a expor uma profundidade tecida de contenção e infinitas nuances. Nem mesmo as "tradicionais" tosses do público (que o levaram a recomeçar o segundo andamento da peça de Schubert) contrariaram o espírito de apoteose e consagração do evento — mais do que um momento alto na temporada 2008/09 na Gulbenkian, este é um concerto para a história.