Foi quase puro aborrecimento durante 90 minutos. Sempre com rede, sem real sentido de surpresa nas questões lançadas. E com um moderador vaidoso, a lançar demasiadas perguntas da sua lavra quando a ideia era a de escutar vozes e dúvidas do cidadão comum. Culpa número 1: o formato “town hall” adoptado para o debate, impedindo os candidatos de... debater. Culpa número 2: as regras definidas, sem margem para intervenções fora da geometria de acontecimentos pré-determinada. Culpa número 3: a total ausência de questões realmente diferentes daquelas para as quais já escutámos respostas em repeat... Obama mesmo assim triunfou, vencendo Mccain num formato no qual este era dado como mais “à vontade”. Obama foi mais claro e sintético em questões sobre economia, segurança social e energia. E uma vez mais não perdeu terreno no debate sobre política internacional. McCain perdeu mais tempo a atacar o seu oponente, e assinou a gaffe da noite ao falar de Obama como “that one”... Uma vez mais exagerou em recordações do seu passado, ao passo que Obama várias vezes referiu o século XXI. Além das diferenças ideológicas, um fosso geracional e um choque de futuro contra o passado ganha visibilidade nesta campanha. Uma sondagem da CNN deu Obama como vencedor para 54% dos espectadores, contra 30% para McCain. Muito significativa foi outra sondagem que dá Obama como aquele que mostrou mais capacidade de liderança, com 54% de opiniões favoráveis contra apenas 43% de McCain. No final, inteligentemente, Obama ficou no estúdio, longos minutos depois do debate, a falar com tudo e todos. McCain retirou-se pouco depois do fim do confronto... Não lhe correu bem a noite, de facto.
Obama com o maior avanço de sempre
O mais recente estudo da Gallup sobre intenções de voto nas presidenciais dá nove pontos de vantagem ao candidato democrata que passa também acima da fasquia dos 50 por cento.
Barack Obama: 51%
John McCain: 42%