Iniciou-se hoje, prolongando-se por oito semanas — até ao 100º aniversário de Manoel de Oliveira, a 11 de Dezembro —, uma revisitação radiofónica da vida e obra do cineasta de Aniki-Bóbó, Amor de Perdição e Belle Toujours. Trata-se de uma proposta da Antena 1, intitulada "A segunda juventude — o século Oliveira", com realização e apresentação de Tiago Alves, incluindo depoimentos, sons dos filmes de Oliveira e comentários escritos e lidos por mim. Eis um extracto do primeiro dia:
* Passados 77 anos, ainda hoje, quando olhamos para o primeiro filme de Manoel de Oliveira, sentimos a força contagiante de um impulso vital. De facto, Douro, Faina Fluvial [1931] sintetiza, de forma admirável, três componentes essenciais de todo o trabalho de Oliveira: primeiro que tudo, como é óbvio, a paixão pela cidade do Porto, pelas formas sinuosas das suas ruas, pelos rostos e movimentos dos seus habitantes; depois, um gosto pela experimentação narrativa que faz com que cada filme seja um acto criativo sempre em aberto; finalmente, a intensidade e a paciência de um olhar metódico com fortes raízes no cinema documental.
>>> "A segunda juventude — o século Oliveira"
— Antena 1, de segunda a sexta-feira: às 09h40 e 20h40.