O terceiro e último debate com vista às presidenciais norte-americanas terminou sem mudanças evidentes na relação dos eleitores com os candidatos. Apesar da postura “ao ataque” de McCain na primeira meia hora, a segurança e calma de Barack Obama, mais eficaz na explicação das suas propostas, acabou por lhe valer a vitória nas sondagens imediatamente efectuadas após os 90 minutos de debate (a CNN dá 58% de opiniões favoráveis ao candidato democrata, contra apenas 31 do republicano). Obama foi, uma vez mais, o imperturbável Mr Cool. Ouviu, sorriu quando discordava, respondeu claramente logo a seguir. A body language, que sublinhou essa tranquilidade (que se projecta depois na sugestão de uma imagem de sólida liderança), foi absolutamente favorável a Obama. De resto, e sobretudo depois da questão sobre os ataques pessoais durante a campanha, um McCain irado, de expressões carregadas, contrariou em tudo a pose tranquila do democrata. Mesmo assim, no jogo de palavras, foi o debate menos desfavorável ao republicano. Moderado por Bob Schieffer, este terceiro debate soube lançar questões novas, evitando o mais do mesmo dos anteriores encontros televisivos dos candidatos. McCain conseguiu evitar as frequentes referências ao seu passado de serviço público que não lhe trouxeram valor acrescentado nos debates anteriores, mas na declaração final escorregou no currículo e pediu mais atenção para si que para as suas ideias. Obama fez o contrário, aproveitando todas as questões para propor um programa. Este debate, no qual um canalizador do Ohio foi usado como exemplo (populista), foi mesmo assim aquele em que mais claras pareceram as divergências dos programas em discussão. Sob cenário no qual a crise económica não é apenas conversa de noticiário, mas figura do mundo real, do quotidiano, Obama terminou os 90 minutos com opinião favorável sobre quem se apresenta mais capaz para enfrentar as questões da economia e da saúde. Aumentou a percentagem de opiniões favoráveis. McCain só vence uma sondagem: a de quem usou mais tempo a atacar ou adversário, com 80% das opiniões contra 7% para Obama... E está visto que, pelo menos nesta eleição, quem vota parece mais interessado em ouvir soluções concretas que ver um boxe feito de palavras.
Obama mantém vantagem
O mais recente estudo da Gallup sobre as intenções de voto dos eleitores norte-americanos dá sete pontos de vantagem a Barack Obama sobre John McCain.
Barack Obama: 50%
John Mccain: 43%