O espantoso filme Waltz With Bachir, de Ari Foldman (co-produção franco-germano-israelita), um dos casos da edição deste ano do Festival de Cannes, é hoje exibido no Cinema São Jorge pelas 22.00, integrado na 9ª Festa do Cinema Francês. Frequentemente apontado como um “documentário animado”, o filme é como um mergulho em memórias, que o realizador julgava em si estar apagadas, que nos transportam aos dias da guerra no Líbano, em inícios dos anos 80. Recordações na primeira pessoa do próprio realizador e de alguns outros que com ele viveram aqueles dias entre as ruas de cidades e aldeias libanesas, numa revisitação de um passado traumático que Foldman quase esquecera mas aqui enfrenta de novo. Recorrendo a um registo visual que evoca alguma BD, Waltz With Bachir é um olhar pela guerra do ponto de vista dos soldados (e de um antigo correspondente de guerra). Uma visão que sublinha a inutilidade do confronto, não escondendo a dor de quem recorda o medo vivido ao cruzar ruas sob fogo cruzado, o horror das populações assombradas pelos combates e, sobretudo, a memória do massacre de Sabra e Chatila, em 1982. O filme terá estreia comercial entre nós em Dezembro.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Memórias de guerra
O espantoso filme Waltz With Bachir, de Ari Foldman (co-produção franco-germano-israelita), um dos casos da edição deste ano do Festival de Cannes, é hoje exibido no Cinema São Jorge pelas 22.00, integrado na 9ª Festa do Cinema Francês. Frequentemente apontado como um “documentário animado”, o filme é como um mergulho em memórias, que o realizador julgava em si estar apagadas, que nos transportam aos dias da guerra no Líbano, em inícios dos anos 80. Recordações na primeira pessoa do próprio realizador e de alguns outros que com ele viveram aqueles dias entre as ruas de cidades e aldeias libanesas, numa revisitação de um passado traumático que Foldman quase esquecera mas aqui enfrenta de novo. Recorrendo a um registo visual que evoca alguma BD, Waltz With Bachir é um olhar pela guerra do ponto de vista dos soldados (e de um antigo correspondente de guerra). Uma visão que sublinha a inutilidade do confronto, não escondendo a dor de quem recorda o medo vivido ao cruzar ruas sob fogo cruzado, o horror das populações assombradas pelos combates e, sobretudo, a memória do massacre de Sabra e Chatila, em 1982. O filme terá estreia comercial entre nós em Dezembro.