Rezam as crónicas que Elvis Costello tem andado zangado com as atribulações do mercado discográfico e que, por isso mesmo, terá posto a hipótese de o seu álbum mais recente ter difusão apenas em vinyl e nas lojas digitais... O humor, entretanto, mudou e Momofuku aí está, também em CD. Terá sido ou não por causa das dúvidas colocadas, o certo é que o resultado (gravado em cerca de quatro semanas de Janeiro/Fevereiro deste ano) transmite uma sensação de urgência, e até de brusquidão, sem dúvida cúmplice do trabalho já desenvolvido com The Imposters, por exemplo em The Delivery Man (2004). Costello continua a acreditar que o futuro do rock se escreve a partir do passado — à sua maneira, é uma forma de revolta que não abdica de um agreste classicismo.