Cena 1 - Andava eu a observar a secção de DVD de uma grande superfície comercial (é assim que se diz, não é?), quando deparei com um filme de seu nome Mafia em Paris. Uma daquelas produções de rotina dos franceses, pensei. Por vezes, há que dizer, apoiadas num sólido savoir faire. Mas a foto da capa não correspondia ao protótipo de herói desse género de produção: nela reconheci Johnny Hallyday! Curioso, pensei outra vez: além do genial Détective (1985), de Jean-Luc Godard, Hallyday fez algum policial esquecido...
Cena 2 - Nada disso. O mercado do DVD não pára de nos surpreender: era mesmo Détective!!! É certo que o filme de Godard é uma raridade. É mesmo certo que a esmagadora maioria dos potenciais compradores o conhecem como... Détective. Mas, aparentemente, não se procuram os potenciais compradores: aí vai Mafia em Paris e, na capa, nem sequer se destaca o título original. A surpresa, convenhamos, é escassa, uma vez que, em Portugal, um outro filme raro de Godard, La Chinoise (1967), foi lançado com o título... O Maoísta.
Cena 2 - Nada disso. O mercado do DVD não pára de nos surpreender: era mesmo Détective!!! É certo que o filme de Godard é uma raridade. É mesmo certo que a esmagadora maioria dos potenciais compradores o conhecem como... Détective. Mas, aparentemente, não se procuram os potenciais compradores: aí vai Mafia em Paris e, na capa, nem sequer se destaca o título original. A surpresa, convenhamos, é escassa, uma vez que, em Portugal, um outro filme raro de Godard, La Chinoise (1967), foi lançado com o título... O Maoísta.
Cena 3 (com a amável participação do leitor) - Enfim, não simplifiquemos: na capa, por baixo do título, está escrito "Colecção Godard". Mas poderá o leitor perguntar: então os jornalistas, ao menos, não recebem informação concisa sobre o que vai ser editado? É preciso andar pelas lojas para, acidentalmente, descobrir as maravilhas que o mercado tem para oferecer? Não quero generalizar e é bem verdade que vários editores, porventura a maioria, tem o cuidado de divulgar os seus produtos com algum cuidado. Seja como for, fica a lição, caro leitor: não se fie nos jornalistas. Afinal de contas, o nosso mercado do DVD pode estar cheio de preciosidades que foram lançadas... sem lançamento. Que preciosidades? Não sabemos. Mas andam por aí [foto do filme: Nathalie Baye].