Com pequenos filmes e telediscos realizados por Derek Jarman para os Pet Shop Boys — na imagem: Opportunities (1989) —, terminou o Queer Pop 2008 (secção do Queer Lisboa 12, apresentada pelos autores deste blog).
Primeiro com uma revisitação dos anos 80, depois com algumas produções de 2007/08, finalmente com os Pet Shop Boys, as três sessões do Queer Pop deixaram algumas ideias fortes que talvez valha a pena sistematizar:
1) - a história dos telediscos faz-se de uma contínua "libertação" dos efeitos tradicionais do palco ou do estúdio de televisão;
2) - os elementos específicos da estética queer perpassam por experiências que tanto têm a ver com a invenção iconográfica como com a exploração de registos de natureza, não ilustrativa, mas ficcional;
3) - há, cada vez mais, um sentido de experimentação vocacionado para a discussão do próprio conceito de ecrã, suas regras de composição e figuração.
Fica, assim, um balanço: a forma de contar histórias (em telediscos) pode lançar muitas ambiguidades — temáticas e estéticas — sobre a percepção dominante dos géneros, das suas relações, das suas sexualidades e, inevitavelmente, também das suas imagens. Como uma espécie de rima sugestiva, e porque Domino Dancing foi uma das canções dos Pet Shop Boys reencenada pelas imagens de Derek Jarman, vale a pena deixar aqui o respectivo teledisco oficial, com assinatura de Eric Watson.