
Foi há quase 90 anos, a 5 de Fevereiro de 1919, que um cineasta (David W. Griffith) e três actores (Charles Chaplin, Mary Pickford e Douglas Fairbanks) fundaram os lendários estúdios da United Artists. Que é como quem diz: o desejo de os criadores do cinema americano controlarem a produção e difusão do seu próprio trabalho é tão velho como Hollywood. Voltou a ser assim quando, em 1969, Francis Ford Coppola lançou a American Zoetrope. E foi assim, uma vez mais, em 1994, com Steven Spielberg e os seus amigos David Geffen e Jeffrey Katzenberg a criarem o estúdio DreamWorks.

Aliás, por estes dias, surgiu também a notícia de que Spielberg, associado a Peter Jackson (o cineasta de O Senhor dos Anéis), está a encontrar muitas dificuldades para consolidar o financiamento de um projecto de adaptação do Tintim, de Hergé, em animação digital. E quem recusa esse financiamento é a Universal, precisamente o estúdio ligado a grandes momentos emblemáticos do trabalho de Spielberg como E.T. (1982), Parque Jurássico (1993) e A Lista de Schindler (1993).
Dir-se-ia que tão agitada odisseia parece uma aventura filmada por... Spielberg. Seja como for, com ironia ou sem ela, não tenhamos ilusões: grande parte do futuro do cinema nos EUA vai depender do desenlace de toda esta agitação artística e financeira.