Para onde vai o cinema português? Em ano de centenário de Manoel de Oliveira [foto], e também de várias estreias anunciadas, a pergunta volta a justificar-se — este texto foi publicado no Diário de Notícias (20 de Novembro), com o título 'Que filmes portugueses?'.
Para onde vai o cinema português? Para muitas direcções. Felizmente, digo eu. Por um lado, decorrem as comemorações do centenário de Manoel de Oliveira (incluindo a exposição patente em Serralves e um grande ciclo na Cinemateca). Por outro lado, até final do ano, estão anunciadas várias estreias: Mal Nascida, de João Canijo (9 Out.); Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra (23 Out.); A Corte do Norte, de João Botelho (13 Nov.). Há mais filmes em produção e a agenda pode ser ainda alargada. Fil-mes “bons” ou filmes “maus”? Filmes variados, podemos supor, de concepções certamente diferentes, porventura contraditórias. Quer isto dizer que, mais do que nunca, a vitalidade decorre dessa pluralidade, não de “consensos” idealizados. Porque a questão não está em “gostarmos” todos dos mesmos filmes: está em defender um estado de coisas em que nenhum filme bloqueie a existência de outro. Mais ainda: trata-se de saber se o cinema português tem poder para existir sem se submeter às leis (económicas e narrativas) da televisão.
Para onde vai o cinema português? Para muitas direcções. Felizmente, digo eu. Por um lado, decorrem as comemorações do centenário de Manoel de Oliveira (incluindo a exposição patente em Serralves e um grande ciclo na Cinemateca). Por outro lado, até final do ano, estão anunciadas várias estreias: Mal Nascida, de João Canijo (9 Out.); Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra (23 Out.); A Corte do Norte, de João Botelho (13 Nov.). Há mais filmes em produção e a agenda pode ser ainda alargada. Fil-mes “bons” ou filmes “maus”? Filmes variados, podemos supor, de concepções certamente diferentes, porventura contraditórias. Quer isto dizer que, mais do que nunca, a vitalidade decorre dessa pluralidade, não de “consensos” idealizados. Porque a questão não está em “gostarmos” todos dos mesmos filmes: está em defender um estado de coisas em que nenhum filme bloqueie a existência de outro. Mais ainda: trata-se de saber se o cinema português tem poder para existir sem se submeter às leis (económicas e narrativas) da televisão.