Com a finesse de sempre, Jordi Savall continua a revisitar a música dos séculos XII/XIII — este texto foi publicado na revista Op (Verão 2008).
Hespèrion XXI, Jordi Svall / Estampies & Danses Royales >>> O que impressiona na trajectória criativa de Jordi Savall é o modo como a sua pedagogia obsessiva, por assim dizer enciclopedista, não o encerra numa atitude meramente académica de registo da(s) música(s) antiga(s). Agora, em mais uma gravação com o grupo Hespèrion XXI (criado por Savall, em 1974, como Hespèrion XX), o músico e investigador espanhol propõe-nos um retorno imenso, por assim dizer, ainda mais longo que outros já registados com a mesma chancela da Alia Vox. Trata-se, então, de recuperar temas do reinado (1285-1314) de Filipe IV de França, temas perdidos (e achados) num “Manuscrito do Rei” que o subtítulo do álbum situa, algures, entre 1270 e 1320. Lendo a ficha técnica do disco, ficamos a saber que os instrumentos utilizados vão desde fabricações muito recentes até uma viola de cinco cordas proveniente do século XV, tocada pelo próprio Savall. É uma sugestiva maneira de resumir a continuada sedução do que aqui se escuta: uma música que superou todas as barreiras do tempo, devolvendo-nos uma magia primitiva, nunca isenta de uma indecifrável sensualidade.
Hespèrion XXI, Jordi Svall / Estampies & Danses Royales >>> O que impressiona na trajectória criativa de Jordi Savall é o modo como a sua pedagogia obsessiva, por assim dizer enciclopedista, não o encerra numa atitude meramente académica de registo da(s) música(s) antiga(s). Agora, em mais uma gravação com o grupo Hespèrion XXI (criado por Savall, em 1974, como Hespèrion XX), o músico e investigador espanhol propõe-nos um retorno imenso, por assim dizer, ainda mais longo que outros já registados com a mesma chancela da Alia Vox. Trata-se, então, de recuperar temas do reinado (1285-1314) de Filipe IV de França, temas perdidos (e achados) num “Manuscrito do Rei” que o subtítulo do álbum situa, algures, entre 1270 e 1320. Lendo a ficha técnica do disco, ficamos a saber que os instrumentos utilizados vão desde fabricações muito recentes até uma viola de cinco cordas proveniente do século XV, tocada pelo próprio Savall. É uma sugestiva maneira de resumir a continuada sedução do que aqui se escuta: uma música que superou todas as barreiras do tempo, devolvendo-nos uma magia primitiva, nunca isenta de uma indecifrável sensualidade.