Subitamente, no meio da já tradicional histeria promocional de alguns (poucos) filmes de Verão, podemos descobrir um curioso título de produção checa. Eu Servi o Rei de Inglaterra segue a história atribulada de um homem que vive uma odisseia profissional de restaurantes e hotéis que o leva, sucessivamente, através das angústias anteriores à Segunda Guerra Mundial, da violência da ocupação nazi e da imposição de um regime comunista — são convulsões sempre próximas da tragédia, mesmo se muitas vezes tocadas por um desconcertante humor.O realizador Jiri Menzel, nome vital da "nova vaga" checa dos anos 60 (o seu Comboios Rigorosamente Vigiados ganhou mesmo o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1968), regressa assim ao espírito original do seu trabalho: elaborar uma visão crítica da história da ex-Checoslováquia, através de uma combinação de realismo social e fábula política que sabe bem reencontrar à margem das rotinas do Verão cinematográfico.