
Na verdade, são imagens que correm o risco de circular de forma quase fútil, por assim dizer expondo o potencial burlesco dos caminhos do Mal. São, por isso, imagens que importa não deixar cair numa espécie de entorpecimento abstracto. Antes de tudo o mais, importa acrescentar-lhes outras imagens. Por exemplo, esta do massacre de Srebrenica (incluída numa galeria sobre Karadzic, proposta pelo jornal Libération).

Espantoso e perturbante exemplo dessa obstinada procura das palavras justas (justas de justeza) é o artigo de Anthony Loyd — 'No birdsong breaks the silence in woods haunted by the ghosts of mass murder' (à letra: ´Nenhum canto de pássaro quebra o silêncio em bosques assombrados pelos fantasmas do assassínio em massa') — no jornal londrino The Times. Correspondente de guerra durante os anos do conflito na Bósnia, Loyd evoca o que viu e, em particular, a descoberta de um cenário dantesco de cadáveres mutilados pelas forças ao serviço de Karadzic: "Era como se um desenho a carvão de Goya tivesse ganho vida."
GOYA, Os Desastres da Guerra ('Caridad', desenho 27), 1810
.jpg)