Lembram-se do delírio mediático — predominantemente televisivo — de anos recentes em torno dos fogos que assolaram o país?
Dir-se-ia que, felizmente, em 2008, as coisas abrandaram — de facto, para descanso das nossas meninges, as televisões já não estão pejadas de reportagens e directos com repórteres, alarmados e alarmistas, que apontam, triunfantes, para os clarões "lá ao fundo"...
Pois bem, dados oficiais, provenientes da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, informam-nos de algo bem diferente. A saber: até ao dia 28 de Maio ocorreram 857 incêndios florestais, mais 535 que no mesmo período do ano anterior, no qual se registaram apenas 322; significa isto que arderam, até final de Maio, 3423 hectares, enquanto no mesmo período de 2007 foram devorados pelas chamas 1098 hectares.
Que significa isto? Que se trata de adoptar uma atitude ligeira e irresponsável face à gravidade — económica, cultural e social — dos fogos em Portugal? Claro que não. Significa, isso sim, que se faz informação (?) como quem tira uma carta do baralho: "puxa-se" pelo que der mais jeito e "puxa-se" quase sempre pelo lado da especulação e da histeria — isto, claro, mesmo sem discutirmos o modo como se informa...
Que significa isto? Que se trata de adoptar uma atitude ligeira e irresponsável face à gravidade — económica, cultural e social — dos fogos em Portugal? Claro que não. Significa, isso sim, que se faz informação (?) como quem tira uma carta do baralho: "puxa-se" pelo que der mais jeito e "puxa-se" quase sempre pelo lado da especulação e da histeria — isto, claro, mesmo sem discutirmos o modo como se informa...