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Uma cápsula de Prozac com o padrão de tecido de um uniforme militar — por certo uma das mais espantosas ilustrações para capas de revistas que se fizeram em tempos recentes. A imagem tem assinatura de Lon Tweeten e D.W. Pine e está na capa da edição da
Time, com data de 16 de Junho, subordinada ao tema "A arma secreta do exército americano".
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Num artigo assinado por Mark Thompson, a revista analisa a situação criada pela crescente entrada dos antidepressivos na medicina militar: "Pela primeira vez na história, um considerável e crescente número de tropas de combate dos EUA está a tomar doses diárias de antidepressivos para acalmar os nervos postos à prova por repetidas e prolongadas missões no Iraque e no Afeganistão." O artigo estima em 20 mil o número de soldados em serviço nestes países que, em finais do ano passado, tomavam algum tipo de medicamento para combater o stress. A situação, inevitavelmente, transcende o âmbito estritamente militar, ecoando de forma perturbante nos universos conjugais e familiares dos soldados, tanto mais que se tem assistido a um número crescente de suicídios no seio das tropas no Iraque e Afeganistão (164 desde o início dos combates). A
Time lembra ainda que esta é uma questão que não pode ser dissociada do uso crescente de antidepressivos na população civil — assim, em 2004 (último ano de que existem dados disponíveis), o número de receitas para antidepressivos passadas pelos médicos americanos foi de 147 milhões.