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Homenagem a Manoel de Oliveira, aqui na companhia de Clint Eastwood. Ou um encontro de duas gerações, duas sensibilidades, duas culturas — um gosto unido pelo cinema.
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...E o cinema português já tem uma Palma de Ouro: a que
Manoel de Oliveira recebeu em Cannes, numa cerimónia que teve as vantagens essenciais da simplicidade, da pedagogia e do amor pelo cinema. Gilles Jacob, presidente do certame, enalteceu a perene imprevisibilidade de Oliveira, aliás, como ele disse, condensada num dos títulos da sua filmografia: "o principio da incerteza". Oliveira agradeceu, enaltecendo os que continuam a querer fazer filmes, as mostrá-los nas salas e a organizar festivais para os descobrir. A sua proclamação final —
"Vive le cinema!" — soou em tom clássico, mas o seu eco foi rigorosamente moderno.