Será que existe — ou pode existir — um novo realismo que resista ao naturalismo banalizador das televisões? E será esse realismo um novo hiper-realismo?
São perguntas que ficam da descoberta de Hunger, título este ano eleito para abrir oficialmente a secção "Un Certain Regard". Nele se narra o tempo trágico, em pleno consulado de Margaret Thatcher, em que o Governo britânico se recusa a reconhecer aos elementos do IRA o estatuto de prisioneiros políticos, tratando-os como vulgares criminosos de delito comum. É um processo de violência e dor que conduz a greve da fome (e a morte) de Bobby Sands, episódio marcante na história moderna da Irlanda. O filme — realizado pelo artista plastico Steve McQueen — coloca a questão, delicada e perturbante, de como representar o corpo para dar a ver a politica. É, de uma só vez, uma crónica histórica e uma brilhante discussão das novas formas audiovisuais.
São perguntas que ficam da descoberta de Hunger, título este ano eleito para abrir oficialmente a secção "Un Certain Regard". Nele se narra o tempo trágico, em pleno consulado de Margaret Thatcher, em que o Governo britânico se recusa a reconhecer aos elementos do IRA o estatuto de prisioneiros políticos, tratando-os como vulgares criminosos de delito comum. É um processo de violência e dor que conduz a greve da fome (e a morte) de Bobby Sands, episódio marcante na história moderna da Irlanda. O filme — realizado pelo artista plastico Steve McQueen — coloca a questão, delicada e perturbante, de como representar o corpo para dar a ver a politica. É, de uma só vez, uma crónica histórica e uma brilhante discussão das novas formas audiovisuais.