terça-feira, abril 29, 2008
Para (re)descobrir Joe Strummer
Passa hoje pelas 21.30 no Teatro Maria Matos, integrando a secção IndieMusic, do festival Indie Lisboa, o filme de 2007 de Julien Temple sobre o mítico líder dos Clash. Joe Strummer: The Future Is Unwritten (que brevemente terá lançamento em DVD entre nós pela Lusomundo) é um cuidado olhar retrospectivo por uma das mais influentes figuras nascidas da geração punk. Influência claramente constatada pelas palavras de figuras como as de Bono, Jim Jarmusch, Steve Buscemi, Martin Scorsese, Matt Dillon, Johnny Depp, John Cusak ou Flea (dos Red Hot Chilli Peppers), que o realizador escutou, muitas delas reunidas em volta de fogueiras, lembrando os dias de squatter que Strummer viveu na Inglaterra de inícios de 70. O filme concilia um relato biográfico (sem ar de lição) com opiniões, testemunhos e imagens várias, umas evocando Strummer, os Clash, os Mezcaleros, outras ilustrando o contexto em que esta música aconteceu. É particularmente interessante a forma como Temple evoca a Inglaterra dos dias de infância e juventude de Strummer, o seu estatuto de filho de funcionário da diplomacia de Sua Majestade e posterior etapa num colégio interno (com o pior aproveitamento escolar possível). Em vez dos habituais “testemunhos” de face frente à câmara, esses tempos que antecederam a vida pública de Strummer cruzam fotos e filmes de família com planos extraídos de filmes como If (1968), de Lindsay Anderson e Aminal Farm (1954) de Joy Batchelor e John Halas. Pecados maiores de Temple são um relativo privilegiar de “astros” do cinema relativamente aos da música na lista de entrevistados, assim como os extensos 124 minutos de duração do filme. A história contava-se, com principio, meio e fim em 90...