Faleceu Jules Dassin, um dos cineastas que foi alvo das perseguições do Comité para as Actividades Anti-Americanas, nos anos 50, no tempo do "maccarthismo" (nome derivado do senador Joseph McCarthy, figura particularmente evidente na defesa dos processos de "purificação" da sociedade americana, em geral, e de Hollywood, em particular). Dassin trabalhou na indústria a partir do começo dos anos 40, tendo deixado a sua marca, em particular, no domínio do filme negro — Brute Force/Brutalidade (1947) e The Naked City/Nos Bastidores de Nova Iorque (1948) são alguns exemplos lendários.
A obra (e a vida) de Dassin está repartida entre os EUA — nasceu em Middletown, Connecticut, em 1911 — e a Europa, uma vez que a acção daquele comité o levou a ficar em Londres, quando da rodagem de Night and the City/Foragidos da Noite (1950). Depois instalou-se em França, onde rodou Du Rififi Chez les Hommes/A Última Aventura (1955), título que vários cineastas da Nova Vaga reconheceram como uma referência fundamental para o seu trabalho. Foi com a sua futura mulher, Melina Mercouri, que dirigiu Never on Sunday/Nunca ao Domingo (1960), provavelmente o seu maior sucesso popular.