Foi há quase 40 anos — a 21ª edição do Festival de Cannes iniciava-se a 10 de Maio de 1968. Numa França em ebulição, o certame rapidamente surge atravessado por diversas manifestações de protesto, nomeadamente contra a decisão de André Malraux (então ministro da Cultura) demitir o lendário Henri Langlois do cargo de director da Cinemateca Francesa. No dia 18, antes da projecção de Peppermint Frappé, do espanhol Carlos Saura, alguns cineastas da Nova Vaga, incluindo François Truffaut e Jean-Luc Godard, manifestam na sala do Palácio a sua solidariedade com os movimentos sociais cujas lutas se fazem sentir no país, em geral, e em Paris, em particular. No dia 19, o festival é suspenso, sem que tenha havido um palmarés.
Este ano, Cannes vai recordar essa data, antes do mais projectando alguns dos filmes que, em 1968, não chegaram a ser vistos no âmbito do certame: o já citado Peppermint Frappé — na presença de Carlos Saura — e ainda 24 Heures de la Vie d'une Femme, de Dominique Delouche, The Long Day’s Dying, de Peter Collinson, Je T’Aime, Je T’Aime, d’Alain Resnais, Anna Karenina, de Alexandre Zarkhi, e Treize Jours en France, de Claude Lelouch. É uma das propostas de revisitação da memória cinéfila, numa edição cujo programa será divulgado no próximo dia 14 — o júri oficial da 61ª edição (14/25 Maio) do festival será presidido por Sean Penn.
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Como pequeno exercício de memória, valerá a pena ver estes dez minutos do programa televisivo Cinéma, Cinémas (Antenne 2), emitido quinze dias passados sobre o cancelamento de Cannes 68. São documentos guardadas no arquivo do INA, nas quais podemos reconhecer Truffaut, Godard e, entre outros, Milos Forman, Roman Polanski, Louis Malle e Claude Berri.
Este ano, Cannes vai recordar essa data, antes do mais projectando alguns dos filmes que, em 1968, não chegaram a ser vistos no âmbito do certame: o já citado Peppermint Frappé — na presença de Carlos Saura — e ainda 24 Heures de la Vie d'une Femme, de Dominique Delouche, The Long Day’s Dying, de Peter Collinson, Je T’Aime, Je T’Aime, d’Alain Resnais, Anna Karenina, de Alexandre Zarkhi, e Treize Jours en France, de Claude Lelouch. É uma das propostas de revisitação da memória cinéfila, numa edição cujo programa será divulgado no próximo dia 14 — o júri oficial da 61ª edição (14/25 Maio) do festival será presidido por Sean Penn.
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Como pequeno exercício de memória, valerá a pena ver estes dez minutos do programa televisivo Cinéma, Cinémas (Antenne 2), emitido quinze dias passados sobre o cancelamento de Cannes 68. São documentos guardadas no arquivo do INA, nas quais podemos reconhecer Truffaut, Godard e, entre outros, Milos Forman, Roman Polanski, Louis Malle e Claude Berri.