É um dos grandes pintores europeus da actualidade: o escocês Peter Doig (n. 1959) tem uma retrospectiva da sua obra em exposição na Tate Britain. Quando se percorrem as oito salas e a cerca de meia centena de obras expostas, em tela e papel, o mais surpreendente será a constatação do equilíbrio instável em que Doig se exprime: por um lado, há na imponderabilidade do seu traço, e também no carácter imaterial que o seu cromatismo muitas vezes sugere, uma tendência para uma quase abstracção; por outro lado, nunca o seu universo dispensou uma constante relação com a figura humana e, como é óbvio, um profundo gosto paisagístico — poderemos dizer, talvez, que Doig é o pintor de uma arte contemplativa em que tudo existe num devir-paisagem, tudo incluindo o factor humano.
> A retrospectiva de Peter Doig estará em Londres até 27 de Abril, seguindo depois para Paris (Musée d'Art Moderne, 29 Maio/7 Setembro) e Frankfurt (Schirn Kunsthalle, 9 Outubro/4 Janeiro 2009).