Texto publicado no Diário de Notícias (19 Nov.), a propósito do concerto de Marilyn Manson, com o título 'Entre o sonho e o pesadelo “made in USA”'.
Há quem diga que o nosso destino está escrito no nome que nos deram ou decidimos usar. No caso de Marilyn Manson (nome verdadeiro: Brian Hugh Warner), a identidade assumida decorre de um perverso, mas lúcido, exercício de simbologia made in USA: “Marilyn” vem da mais lendária musa do cinema americano; “Manson” é o apelido de uma figura inquietante da história do crime nos EUA (responsável pela morte de Sharon Tate, em 1969, então casada com o cineasta Roman Polanski).
É uma identificação crua e, à sua maneira, muito sincera. Marilyn Manson coloca a sua música num lugar onde se cruzam duas componentes básicas da cultura pop americana: de um lado, o sonho de um paraíso que se confunde com os artifícios do espectáculo e da frondosa tradição do entertainment; do outro, o pesadelo inquietante de um mundo rasgado pelas mais cruéis formas de violência e irracionalidade.
Terá sido em 2003, com o álbum The Golden Age of Grotesque, que Marilyn Manson gerou uma das suas mais sofisticadas alternativas visuais. Integrando referências da República de Weimar (antes da chegada dos nazis ao poder), as imagens do álbum, assinadas por esse extraordinário pintor/fotógrafo que é Gottfried Helnwein, combinavam os sinais de uma decadência amarga com o rato Mickey, símbolo universal da cultura pop americana. Em termos muito simples, Marilyn Manson é alguém que nos desafia constantemente a rejeitar as aparências do mundo e a banalidade das suas certezas.
Há quem diga que o nosso destino está escrito no nome que nos deram ou decidimos usar. No caso de Marilyn Manson (nome verdadeiro: Brian Hugh Warner), a identidade assumida decorre de um perverso, mas lúcido, exercício de simbologia made in USA: “Marilyn” vem da mais lendária musa do cinema americano; “Manson” é o apelido de uma figura inquietante da história do crime nos EUA (responsável pela morte de Sharon Tate, em 1969, então casada com o cineasta Roman Polanski).
É uma identificação crua e, à sua maneira, muito sincera. Marilyn Manson coloca a sua música num lugar onde se cruzam duas componentes básicas da cultura pop americana: de um lado, o sonho de um paraíso que se confunde com os artifícios do espectáculo e da frondosa tradição do entertainment; do outro, o pesadelo inquietante de um mundo rasgado pelas mais cruéis formas de violência e irracionalidade.
Terá sido em 2003, com o álbum The Golden Age of Grotesque, que Marilyn Manson gerou uma das suas mais sofisticadas alternativas visuais. Integrando referências da República de Weimar (antes da chegada dos nazis ao poder), as imagens do álbum, assinadas por esse extraordinário pintor/fotógrafo que é Gottfried Helnwein, combinavam os sinais de uma decadência amarga com o rato Mickey, símbolo universal da cultura pop americana. Em termos muito simples, Marilyn Manson é alguém que nos desafia constantemente a rejeitar as aparências do mundo e a banalidade das suas certezas.