Chega esta semana aos escaparates a reedição de um dos discos mais significativos da cena indie inglesa de finais de 80. Com o fim dos Smiths, os Echo & The Bunnymen desactivados e os The Cure a iniciar a derrocada (que ainda hoje continua), ficavam vagos os lugares de maior destaque na cena alternativa pop/rock britânica. O ano de 1988 escolheu então os House Of Love, quarteto londrino liderado pelo discreto Guy Chadwick, já com singles anteriormente editados mas apresentando, nesse ano, um álbum que então conheceu aplauso transversal. Disco do seu tempo, The House Of Love aceitava as pistas do seu tempo (colhendo-as nas memórias recentes dos Smiths, Echo & The Bunnymen e mesmo The Jesus & Mary Chain) e juntava uma paixão melómana por heranças clássicas, passando estas pelos Beatles, os Rolling Stones, os Love ou os Velvet Underground. O disco representa um grito de vitalidade da canção e de uma pop centrada na exploração das guitarras, em tempo de mediatização e protagonismo da emergente house e de uma pop descartável (e dançável) que o tempo já esqueceu. É também verdade que o tempo não foi muito justo para com os House Of Love (entretanto reunidos em 2005 depois de zanga terminal em meados de 90). Cabe a esta reedição o papel de dar voz a um caso maior da "outra" música de finais de 80. Para recordar, o teledisco de Christine, single extraído deste álbum.