André Previn
Alone
Emarcy / Universal, 2007
Texto publicado na revista Op (#24, Outono 2007) >>> Em 2005, a Fundação Glenn Gould deu o seu “Glenn Gould Prize” a André Previn. Para além dos méritos imensos que justificam a distinção deste maestro e compositor, a sua simples atribuição implica o reconhecimento de que nas raízes do trabalho de Previn está um instrumento de eleição, isto é, o piano. Daí que o subtítulo deste álbum, Ballads for solo piano, seja, de facto, uma irónica redundância. Isto porque a solidão a que se refere o título só pode fazer sentido através de uma relação de proximidade e multifacetada cumplicidade com o piano. Não é uma antologia temática nem um best of. Surgem, por exemplo, temas de Cole Porter, Richard Rodgers, Kurt Weill e do próprio Previn (nomeadamente o belíssimo Darkest Before the Dawn, composto com Johnny Mercer para o musical The Good Companions). Trata-se, sobretudo, de uma deambulação intimista pelo piano, a ponto de, por vezes, termos a sensação de que Previn procura uma espécie de silêncio primordial que só pertenceria a si próprio e ao seu teclado. É um disco literalmente sem ruído. Atravessado por muitas mágoas, mas sem mácula.
Alone
Emarcy / Universal, 2007
Texto publicado na revista Op (#24, Outono 2007) >>> Em 2005, a Fundação Glenn Gould deu o seu “Glenn Gould Prize” a André Previn. Para além dos méritos imensos que justificam a distinção deste maestro e compositor, a sua simples atribuição implica o reconhecimento de que nas raízes do trabalho de Previn está um instrumento de eleição, isto é, o piano. Daí que o subtítulo deste álbum, Ballads for solo piano, seja, de facto, uma irónica redundância. Isto porque a solidão a que se refere o título só pode fazer sentido através de uma relação de proximidade e multifacetada cumplicidade com o piano. Não é uma antologia temática nem um best of. Surgem, por exemplo, temas de Cole Porter, Richard Rodgers, Kurt Weill e do próprio Previn (nomeadamente o belíssimo Darkest Before the Dawn, composto com Johnny Mercer para o musical The Good Companions). Trata-se, sobretudo, de uma deambulação intimista pelo piano, a ponto de, por vezes, termos a sensação de que Previn procura uma espécie de silêncio primordial que só pertenceria a si próprio e ao seu teclado. É um disco literalmente sem ruído. Atravessado por muitas mágoas, mas sem mácula.