Estreia a 18 de Outubro: The Brave One, de Neil Jordan, com Jodie Foster — espantoso filme, perturbante viagem através da consciência de uma mulher, da dor de uma perda amorosa, da nitidez do desejo de vingança. Filme do pós-11 de Setembro, mas não da sua "globalização" temática: filme do desejo de vida e da pulsão de morte, por isso mesmo filme de uma solidão irredutível. Mais simplesmente: um dos filmes maiores de 2007.
Vai ser preciso voltarmos a ele, olhar e pensar o que nele nos olha e diz a dificuldade de pensar. Para já, fica uma lamentação. Ou seja, o título português: A Estranha em Mim. Que é como quem diz: o título "explicita" a ideia de que a persona-gem central tem um comportamento que a torna estranha a si própria... É uma maneira de "descrever" um dos vectores fundamentais da acção, mas é também uma maneira de normalizar a própria complexidade do filme. Porque havendo uma personagem que assume uma vingança, não irá faltar quem se preste a confundir o prodigioso trabalho de Jordan & Foster com o retomar dos clichés mais primários do "filme de vigilantes". Ou como o marketing pode fazer mal aos filmes que quer defender...
PS - Atendendo à degradação corrente de muitos padrões jornalísticos, esperemos que ninguém cometa a imprudência de revelar o que acontece nos últimos 10 minutos do filme. Seja o que for que se possa pensar sobre The Brave One, o espectador tem o direito básico de o poder descobrir, até ao fim, com todos os enigmas que a sua construção envolve.
Vai ser preciso voltarmos a ele, olhar e pensar o que nele nos olha e diz a dificuldade de pensar. Para já, fica uma lamentação. Ou seja, o título português: A Estranha em Mim. Que é como quem diz: o título "explicita" a ideia de que a persona-gem central tem um comportamento que a torna estranha a si própria... É uma maneira de "descrever" um dos vectores fundamentais da acção, mas é também uma maneira de normalizar a própria complexidade do filme. Porque havendo uma personagem que assume uma vingança, não irá faltar quem se preste a confundir o prodigioso trabalho de Jordan & Foster com o retomar dos clichés mais primários do "filme de vigilantes". Ou como o marketing pode fazer mal aos filmes que quer defender...
PS - Atendendo à degradação corrente de muitos padrões jornalísticos, esperemos que ninguém cometa a imprudência de revelar o que acontece nos últimos 10 minutos do filme. Seja o que for que se possa pensar sobre The Brave One, o espectador tem o direito básico de o poder descobrir, até ao fim, com todos os enigmas que a sua construção envolve.