O horror... O horror... É óptimo que o canal AXN tenha decidido transmitir a cerimónia dos 59º Emmys da televisão americana. Mas por que razão isso há-de "justificar" que se preencham os intervalos com peças que tratam o cinema (hélas!, o cinema, não a televisão...) de forma absolutamente superficial e caricata?
A peça sobre Antonioni e Bergman era um penoso rol de vulgaridades que nem sequer citava correctamente o local de nascimento do cineasta italiano (chamando "Ferrera" a Ferrara). Depois, a apresentação das novidades da nova temporada estava recheada de descrições patéticas como o elenco "multi-étnico" de Um Coração Poderoso? De onde vem esta indiferença ao cinema, este triunfo de uma banalidade que faz com que os filmes sejam encarados como matéria obrigatoriamente pitoresca, sempre reduzidos a sinopses de penosos lugares-comuns? E porquê uma visão centrada na actualidade mais óbvia (e mais promovida) dos filmes americanos? O cinema americano é, por certo, um dos mais fascinantes espaços criativos da produção contemporânea, mas... já ninguém se preocupa em olhar à sua volta?
A peça sobre Antonioni e Bergman era um penoso rol de vulgaridades que nem sequer citava correctamente o local de nascimento do cineasta italiano (chamando "Ferrera" a Ferrara). Depois, a apresentação das novidades da nova temporada estava recheada de descrições patéticas como o elenco "multi-étnico" de Um Coração Poderoso? De onde vem esta indiferença ao cinema, este triunfo de uma banalidade que faz com que os filmes sejam encarados como matéria obrigatoriamente pitoresca, sempre reduzidos a sinopses de penosos lugares-comuns? E porquê uma visão centrada na actualidade mais óbvia (e mais promovida) dos filmes americanos? O cinema americano é, por certo, um dos mais fascinantes espaços criativos da produção contemporânea, mas... já ninguém se preocupa em olhar à sua volta?
PS - Jon Stewart e Steven Colbert foram brilhantes! E abençoada a decisão de não sobrepor "traduções" ao som original da cerimónia.