sábado, setembro 29, 2007

Para reencontrar a ficção científica (15)

Brian Aldiss
(n. 1925)

Vice presidente da H.G. Wells Society (naturalmente grande admirador da sua obra), Brian Aldiss publica regularmente desde 1955, não tendo limitado a sua escrita às fronteiras da ficção científica. Em 2001 viu o seu conto Supertoys Last All Summer Long servir de base ao filme A.I. – Inteligência Artificial, de Steven Spielberg, concretizando-se assim um projecto que o escritor há muito vinha a desenvolver com Stanley Kubrick, e que a morte deste último acabou por nunca proporcionar.
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De seu nome completo Brian Wilson Aldiss, nasceu a 18 de Agosto de 1925 em East Dereham, no Reino Unido. Aos 18 anos, em plena II Guerra Mundial, alistou-se no exército, tendo cumprido serviço militar na Birmânia. A vivência do clima tropical da região servir-lhe-ia de inspiração para um dos seus mais marcantes romances, Hothouse, publicado em 1962 (a história de um trágico futuro para a Terra, depois de ter terminado o seu movimento de rotação sobre si mesma, promovendo o crescimento de uma frondosa vegetação tropical um hemisfério permanentemente exposto à luz solar, reduzindo o Homem, à beira da extinção, a pequenos grupos errantes protegidos sob a sombra das folhas).
Depois de terminada a guerra, Brian Aldiss trabalhou numa livraria em Oxford. Nesses dias escreveu contos de ficção científica para revistas da especialidade e The Brightfount Diaries (1955), crónicas sobre uma livraria ficcionada, inicialmente publicadas num pequeno jornal distribuído entre livreiros. Nesse mesmo ano venceu um concurso que propunha a criação de um conto passado no ano 2500. Ao saber do seu interesse pela ficção científica, a editora que meses antes lhe havia publicado The Brightfounr Diaries pediu-lhe novos textos, assim nascendo Space, Time and Nathaniel, a sua primeira antologia do género.
Em meados dos anos 60 Aldiss encetou, com Harry Harrison, a edição daquela que foi a primeira publicação de crítica na área da ficção científica, a Science Fiction Horizons. Aqui começou também uma existência paralela à escrita como editor e resposnável por antologias com contos de outros autores. Entre os livros que reuniu conta-se uma muito bem sucedida série de vários volumes de contos de ficção científica, publicada pela Penguin Books nos anos 60. Célebre ficou também, na sequência da descoberta do real aspecto da superfície do planeta Vénus, a antologia Farewell, Fantastic Venus!, na qual reuniu contos antigos nos quais se havia imaginado outros rostos e vidas para o planeta.
A natureza dos comportamentos entre poderosos e subjugados (The Interpreter), uma consciência ecologista (Hothouse), e reflexões sobre potenciais diferenças de hábitos junto de outros povos (The Dark Light Years) são algumas das temáticas de uma obra que também abordou a literatura de viagens e a poesia.
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Alguns títulos significativos:
1958. Nave Mundo (Non Stop), Livros do Brasil, 1985
1960. The Interpreter
1962. Os Últimos Dias da Terra (Hothouse), Livros do Brasil, 1996
1964. Os Negros Anos Luz (The Dark Light Years), Livros do Brasil, 1992
1969. Barefoot In The Head