Vinte e quatro horas depois, o Telejornal da RTP1 voltou a abrir com o tema da saída de José Mourinho do Chelsea — mais de 15 minutos sobre o assunto, o que, mesmo admirando pessoal e profis-sionalmente o ex-treinador do Chelsea (é o meu caso), parece ser uma duração completamente excessiva (manda a verdade que se diga que, com mais ou menos minutos, SIC e TVI tomaram a mesma opção).
Curiosamente, na RTP1, tudo parecia um novo ensaio, agora receoso e académico, da mesma deprimente cena: José Rodrigues dos Santos, de pé, dialogando com António Esteves Martins, em Londres, tudo nos mesmos enquadramentos do dia anterior. Desta vez, o repórter foi mais comedido, mesmo se é verdade que não tinha a mais pequena informação para acrescentar — em Lisboa, com um chroma key para inserir a imagem do Big Ben, fazia-se exactamente o mesmo (a única novidade era, obviamente, a entrevista com o próprio Mourinho). Seja como for, António Esteves Martins não se coibiu de lembrar que, quando se souber o que está "por trás" da saída de Mourinho, aí é que vamos ver...
Ligando esta intervenção à lamentável performance de ontem, quer isto dizer que o repórter acredita mesmo que é seu papel levantar suspeitas, sobretudo se remeterem para dantescas teorias da conspiração... António Esteves Martins comporta-se como um Sherlock Holmes amador, parecendo ignorar que nem mesmo a eventual "confirmação" das suas hipóteses mais delirantes servirá (agora, ou a posteriori) para legitimar este "jornalismo" feito de alarmismos, sempre ansioso por favorecer o espírito mesquinho de "tribunal popular".
Os factos — sejam eles quais forem — não são, não podem ser um pretexto para promover uma visão apocalíptica do mundo em que o jornalista parece ser uma espécie de anjo maquiavélico que circula, incólume e neutro, pelas paisagens do Bem e do Mal, só para nos atirar à cara que nós, incautos cidadãos do mundo, somos uns pobres ignorantes. Esta é uma atitude que promove uma cultura da suspeição e da insinuação, exterior a qualquer forma de humanismo.
Curiosamente, na RTP1, tudo parecia um novo ensaio, agora receoso e académico, da mesma deprimente cena: José Rodrigues dos Santos, de pé, dialogando com António Esteves Martins, em Londres, tudo nos mesmos enquadramentos do dia anterior. Desta vez, o repórter foi mais comedido, mesmo se é verdade que não tinha a mais pequena informação para acrescentar — em Lisboa, com um chroma key para inserir a imagem do Big Ben, fazia-se exactamente o mesmo (a única novidade era, obviamente, a entrevista com o próprio Mourinho). Seja como for, António Esteves Martins não se coibiu de lembrar que, quando se souber o que está "por trás" da saída de Mourinho, aí é que vamos ver...
Ligando esta intervenção à lamentável performance de ontem, quer isto dizer que o repórter acredita mesmo que é seu papel levantar suspeitas, sobretudo se remeterem para dantescas teorias da conspiração... António Esteves Martins comporta-se como um Sherlock Holmes amador, parecendo ignorar que nem mesmo a eventual "confirmação" das suas hipóteses mais delirantes servirá (agora, ou a posteriori) para legitimar este "jornalismo" feito de alarmismos, sempre ansioso por favorecer o espírito mesquinho de "tribunal popular".
Os factos — sejam eles quais forem — não são, não podem ser um pretexto para promover uma visão apocalíptica do mundo em que o jornalista parece ser uma espécie de anjo maquiavélico que circula, incólume e neutro, pelas paisagens do Bem e do Mal, só para nos atirar à cara que nós, incautos cidadãos do mundo, somos uns pobres ignorantes. Esta é uma atitude que promove uma cultura da suspeição e da insinuação, exterior a qualquer forma de humanismo.