terça-feira, agosto 28, 2007

Para reencontrar a ficção científica (13)

Isaac Asimov
(1920-1992)

Um dos mais prolíficos e lidos escritores de ficção científica, autor também de vasta obra de divulgação, Isaac Asimov publicou também noutros géneros, inclusivamente a poesia, aí sob o pseudónimo Paul French. Nasceu, crê-se, a 2 de Janeiro de 1920, em Petrovichi (Rússia) no seio de uma família de moleiros judeus emigrados para os EUA em 1923. Radicados em Brooklyn (Nova Iorque), os pais abriram uma loja, na qual vendiam revistas com histórias de ficção científica, que o jovem Isaac leu de pequeno. Durante a guerra trabalhou num laboratório de uma base naval americana, licenciou-se em bioquímica em 1948 e depois de concluído o doutoramento fixou-se como professor na Universidade de Boston. A partir de 1958 os seus rendimentos como escritor suplantavam o salário académico, mas mesmo deixando de leccionar, a universidade nunca deixou de o ter como seu professor.

A sua escrita era de uma precisão científica, sublinhando frequentemente o pequeno detalhe técnico, explicando sempre que possível a génese histórica do conhecimento das tecnologias e realidades científicas abordadas, revelando etimologias, nunca evitando especificar cuidadosamente o nome e origem dos cientistas sobre os quais eventualmente falasse. Tinha medo de voar, mas assinou páginas e páginas de histórias de voos, da atmosfera ao espaço sideral, por vezes deixando aflorar traços desta fobia que nunca superou.
Humanista, homem de razão sobre a fé (apesar de tolerante perante a genuína convicção religiosa), liberal, tomou posições políticas abertas contra a guerra no Vietname e a favor das aplicações civis da energia nuclear aquando do incidente em Three Mile Island. Reflexões sobre opressão e racionalismo abundam numa escrita que, nos últimos dias de vida dirigiu as atenções para questões ecologistas, nomeadamente o aquecimento global.
Na sua obra de ficção científica encontramos rotas de demanda de um bem comum e uma quantidade de novos termos técnicos, entre eles o vulgarizado “robótica”. As suas três leis da robótica, a série Foundation e a revista Isaac Asimov’s Science Fiction (mais tarde Asimov’s Science Fiction) são algumas das suas mais importantes contribuições para a história da ficção científica.


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Alguns títulos fundamentais:
1950. O Futuro do Mundo (Livros do Brasil, 1956)
1950. Eu, Robot (contos) (Europa América, 2004)
1951. Fundação (Livros do Brasil, 1998)
1954. As Caves de Aço (Livros do Brasil, 1956)
1959. Nove Amanhãs (contos) (Europa América, 1990)