Já não era sem tempo: finalmente, o cinema português produziu o seu anti-"Morangos com Açúcar" — chama-se O Capacete Dourado e, por uma vez, nele se apresentam personagens de jovens sem os aprisionar num determinismo sociológico e moralista que, em última instância, os obriga a existir apenas como sucedâneos dos adultos que são retratados (?) nas telenovelas.
Provavelmente, o filme, primeira longa-metragem de Jorge Cramez, tem as suas maiores limitações numa componente que o poderia enriquecer imenso. A saber: as relações entre jovens e adultos (fica a sensação de que os mais velhos foram menos trabalhados no plano dramático e também na sua inserção narrativa). Seja como for, sabe bem encontrar um objecto que, ao filmar motos ruidosas e silenciosas ternuras, resiste a todo esse "naturalismo" simplista e avassalador com que, todos os dias, as televisões querem normalizar os nossos pensamentos. Além do mais, pelo olhar de Cramez passa uma pulsão lírica que o filia numa das sensibilidades mais primitivas e viscerais da história do cinema português.
Com Eduardo Frazão (Jota) e Ana Moreira (Margarida) nos papéis principais, O Capacete Dourado estreia no dia 20 de Setembro. Vale a pena reproduzir um fragmento da sinopse: "Jota não tem interior, Margarida não tem exterior. Apesar disso, ou por isso mesmo, eles encontram-se. O que poderão fazer? Apenas seguir em frente, mesmo que tudo esteja contra eles. O amor é para ser vivido."
Provavelmente, o filme, primeira longa-metragem de Jorge Cramez, tem as suas maiores limitações numa componente que o poderia enriquecer imenso. A saber: as relações entre jovens e adultos (fica a sensação de que os mais velhos foram menos trabalhados no plano dramático e também na sua inserção narrativa). Seja como for, sabe bem encontrar um objecto que, ao filmar motos ruidosas e silenciosas ternuras, resiste a todo esse "naturalismo" simplista e avassalador com que, todos os dias, as televisões querem normalizar os nossos pensamentos. Além do mais, pelo olhar de Cramez passa uma pulsão lírica que o filia numa das sensibilidades mais primitivas e viscerais da história do cinema português.
Com Eduardo Frazão (Jota) e Ana Moreira (Margarida) nos papéis principais, O Capacete Dourado estreia no dia 20 de Setembro. Vale a pena reproduzir um fragmento da sinopse: "Jota não tem interior, Margarida não tem exterior. Apesar disso, ou por isso mesmo, eles encontram-se. O que poderão fazer? Apenas seguir em frente, mesmo que tudo esteja contra eles. O amor é para ser vivido."