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Michel Piccoli no espelho dos seus próprios desejos, Ricardo Trepa numa troca simbólica que propõe (e mascara) uma forma de intimidade — assim é o novo filme de Manoel de Oliveira,
Belle Toujours, revisitação irónica e distanciada do
Belle de Jour (1967), de Luis Buñuel. Trata-se de percorrer os labirintos de uma atracção em que
masculino e
feminino se entrelaçam e distanciam num jogo nunca acabado de entrega e resistência. É uma pequena e preciosa peça cinematográfica cuja musicalidade nasce da precisão dos espaços, da sensualidade dos tempos, enfim, da capacidade de olhar a verdade indizível dos seres e dos objectos. O
trailer [aqui, com legendas em inglês] é, também, à sua maneira, um breve exercício musical.