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Agora sob a direcção de Chris Miller (com experiência prévia no departamento de animação da DreamWorks), esta "sequela-de-sequela" tem a vantagem de evitar algum efeito de repetição do segundo título da série, sobretudo na acumulação simplista de números musicais. Há um claro retorno à dimensão de fábula — com um final carregado de uma curiosa simbologia sobre as relações entre política e entertainment — e, acima de tudo, um sentido de autoparódia que gera alguns momentos delirantes (a começar pelo sonho de Shrek em que se multiplicam os filhotes de ogre...).
Poderá discutir-se se esta é uma matriz ficcional ainda capaz de resistir a mais variações (aliás, anuncia-se já, para 2010, um Shrek 4). Por agora, digamos que, sem surpresas mas em tom de contagiante exuberância, a animação digital reafirma aqui um dos seus triunfos mais emblemáticos.