
Este verdadeiro "Sir" Hollywood nasceu a 30 de Março de 1937, portanto completando hoje 70 anos. No merecido "parabéns a você", vale a pena lembrar que, para além de uma carreira em que encarna o melhor da tradição do Actors Studio, Beatty tem uma filmografia escassa como realizador (apenas mais três títulos), mas de rara fulgurância criativa:
— Reds (1981): um espantoso épico sobre John Reed, reencarnação perfeita da nobre tradição liberal de Hollywood — com um elenco admirável que inclui, entre outros, Diane Keaton, Jack Nicholson e Maureen Stapleton;
— Dick Tracy (1990): uma das mais brilhantes transposições da BD para o ecrã de cinema, com decisiva contribuição do director de fotografia Vittorio Storaro — é, talvez, o filme em que a persona musical de Madonna encontra (na personagem quase pícara de "Breathless Mahoney") um mais directo e depurado sucedâneo cinematográfico;
— Bulworth (1998): obra-prima quase esquecida que, a partir da personagem de um senador norte-americano, consegue a proeza de desmontar as muitas relações, conjunturais e perversas, da cena política com o espaço específico dos media — é o primeiro papel realmente significativo de Halle Berry.
Além do mais, Warren Beatty está, ao lado de Jean Seberg, no mais belo melodrama do mundo: Lilith (1964), de Robert Rossen.
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