Mais um belíssimo concerto na temporada de música da Fundação Gulbenkian: o barítono russo Dmitri Hvorostovsky (Grande Auditório, dia 13, 19h00) veio interpretar um programa inteiramente russo, de Piotyr Ilitch Tchaikovsky a Georgi Sviridov, segundo uma lógica (cronológica) de passagem do século XIX para o século XX e um sentido temático do(s) romantismo(s) para a sua decomposição/reconversão.
Acompanhado ao piano por Ivari Ilja, Hvorostovsky demonstrou as espantosas nuances de alguém que sabe expor o contido negrume das canções sobre a morte de Tchaikovsky ou Modest Mussorgsky, derivando depois para o calor afectivo de composições de autores como Alexander Borodin ou Sergei Rachmaninov (admirável interpretação de Ne poi krasavitza pri mne / Não cantes mais para mim, op.4 nº 4) — ele é, afinal, um verdadeiro narrador da nobre arte do canto, justificando a aplicação da expressão alma russa para definir a densidade e o fulgor da sua voz e da sua presença intensa, mas sempre sóbria.
Acompanhado ao piano por Ivari Ilja, Hvorostovsky demonstrou as espantosas nuances de alguém que sabe expor o contido negrume das canções sobre a morte de Tchaikovsky ou Modest Mussorgsky, derivando depois para o calor afectivo de composições de autores como Alexander Borodin ou Sergei Rachmaninov (admirável interpretação de Ne poi krasavitza pri mne / Não cantes mais para mim, op.4 nº 4) — ele é, afinal, um verdadeiro narrador da nobre arte do canto, justificando a aplicação da expressão alma russa para definir a densidade e o fulgor da sua voz e da sua presença intensa, mas sempre sóbria.