'Hallo Spaceboy', de Dave Thompson - Livro, 2006
'Fame, Sound and Vision', de Nick Stevenson - Livro, 2006
David Bowie tem somado, desde meados de 90, livros na prateleira, nenhum deles contudo nascido “oficialmente”. Destacam-se entre muitos as sólidas biografias Loving The Alien de Christopher Sandford (Little Brown & Company, 1996), Strange Fascination de David Buckley (Virgin Books, 1999) e o “bíblico” compêndio The Complete David Bowie (RH Books, segunda edição revista e aumentada em 2004). O que justifica, então, novos livros?
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Substancialmente diferente, Fame, Sound and Vision, de Nick Stevenson, procura antes relacionar David Bowie a um nível sociológico e cultural com os acontecimentos do seu tempo. Inscreve-o como fruto da cultura da Londres de 60 (e retrata as suas tentativas frustradas de sucesso antes de Space Oddity), relaciona-o com figuras e feitos do pós-modernismo em 70, retrata o flirt com o mainstream nos 80 e as redescobertas de 90. E completa o quadro com uma série de olhares sobre os que, desde há muito se afirmaram seus admiradores e herdeiros. O capítulo sobre os fãs (ou, se preferirem, os "admiradores") de Bowie é, de resto, o mais original dos olhares que este livro retrata. No seu todo, contudo, Fame, Sound and Vision foge ao mero relato biográfico, representando a sua tentativa de relacionamento dos tempos de Bowie com "os seus tempos" uma leitura capaz de levantar algumas novas questões, naturalmente à luz dos novos conceitos de fama que hoje tele-vivemos.
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