Ontem, 4 de Setembro de 2006, assinalaram-se 50 anos sobre a primeira emissão experimental da RTP. O texto que se segue foi publicado no dossier do Diário de Notícias sobre o assunto, com o título 'Alternativa ou não?'.
Para os que, como eu, nasceram em meados da década de 50, as memórias fundadoras da RTP talvez não possam deixar de arrastar alguma nostalgia. Dar conta das diferenças desse tempo, afinal tão próximo, é um problema que não é fácil resolver junto dos que descobriram o mundo na idade da televisão global e da Internet... Resta saber se as melhores vias para lidar com tal problema são o pitoresco (veja-se o patético “A Canção da Minha Vida”) e a banalização paternalista da história colectiva (todos os dias reforçada na RTP Memória). Infelizmente, a discussão de tais questões esbarra quase sempre com os protestos que nos dão conta da dedicação e da honestidade dos profissionais que, há meio século, fazem a RTP. Como se fosse isso que está em causa... O essencial resume-se numa pergunta: está ou não está a RTP disponível para se repensar como alternativa aos canais privados? É uma grande questão cultural, um salutar desafio económico e um incontornável drama político.
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Para os que, como eu, nasceram em meados da década de 50, as memórias fundadoras da RTP talvez não possam deixar de arrastar alguma nostalgia. Dar conta das diferenças desse tempo, afinal tão próximo, é um problema que não é fácil resolver junto dos que descobriram o mundo na idade da televisão global e da Internet... Resta saber se as melhores vias para lidar com tal problema são o pitoresco (veja-se o patético “A Canção da Minha Vida”) e a banalização paternalista da história colectiva (todos os dias reforçada na RTP Memória). Infelizmente, a discussão de tais questões esbarra quase sempre com os protestos que nos dão conta da dedicação e da honestidade dos profissionais que, há meio século, fazem a RTP. Como se fosse isso que está em causa... O essencial resume-se numa pergunta: está ou não está a RTP disponível para se repensar como alternativa aos canais privados? É uma grande questão cultural, um salutar desafio económico e um incontornável drama político.