O que é uma intimidade? O que é dizê-la? E o que poderá ser cantá-la? O mais recente álbum de Lisa Germano — In the Maybe World — define-se como uma espécie de tratado secreto sobre a dificuldade de tais perguntas. Num certo sentido, só é possível penetrar no seu mundo se aceitarmos que alguém, ao cantar as suas dores (ou alegrias) mais radicais, nos confere a dádiva de nos expor à clareza perturbante da nossa própria intimidade. Este é, afinal, um país de crianças, gatos e espelhos em que tudo, mas mesmo tudo, fala da infinita pluralidade do factor humano. Para ouvir baixinho, aumentando a pouco e pouco o volume do som.
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